A confiabilidade dos serviços prestados é um elemento fundamental para o sucesso dos laboratórios de análises clínicas. Isso não apenas sob a óptica dos clientes dos laboratórios, mas também por causa da forte regulamentação da área e pela importância que as atividades dos laboratórios têm para o segmento de saúde.

De acordo com o Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente, 70% dos dados que apoiam as decisões médicas são gerados por exames de análise clínica, que respondem por entre 1,4% e 2,3% dos gastos totais do sistema de saúde no Brasil. Além disso, os laboratórios têm um papel fundamental na questão da qualidade da água que é fornecida para a população.

Para garantir que essa qualidade seja padronizada, entidades nacionais e internacionais estabeleceram padrões de qualidade e normas técnicas que trazem assertividade ao trabalho dos laboratórios. Alguns dos principais nortes regulatórios, como você vai conferir logo em seguida, são referentes à qualidade da água.

Conheça as principais normas técnicas relacionadas à qualidade da água

O cuidado com a água utilizada para a realização de análises clínicas precisa ser redobrado justamente porque a presença de agentes contaminantes, como íons, matéria orgânica e microrganismos, pode desencadear um resultado errado por parte do laboratório. A exigência é de que a água seja reagente e purificada a partir de um processo de tratamento e filtragem específico para essa finalidade de uso.

Buscando garantir a qualidade da água reagente, a rede brasileira de laboratórios, além de levar em consideração normas brasileiras, emitidas, por exemplo, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segue instrumentos internacionais que têm como um dos principais norteadores os padrões estabelecidos pelo Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI).

Confira um pouco mais sobre os principais instrumentos aplicados na garantia de que a água utilizada pelos laboratórios brasileiros tenha a qualidade necessária para resultados precisos dos exames de análises clínicas, com o consequente diagnóstico médico correto.

Anvisa – Resolução da Diretoria Colegiada n. 302 – 2015:

Em seu item 6, que trata dos processos operacionais, a normativa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária refere-se à qualidade da água no subitem 6.2.7. Esse dispositivo estabelece que, na fase analítica do processo de análise clínica, o laboratório defina o grau de pureza da água reagente utilizada, sua forma de obtenção e controle de qualidade.

CLSI – Documento C3-A4:

Intitulado “Preparation and Testing of Reagent Water in the Clinical Laboratory”, tem diretrizes amplamente adotadas pelos laboratórios brasileiros e, de certa forma, é um documento que desmembra a resolução da Anvisa citada anteriormente. Nele, há quatro tipos de água reagente a serem selecionados de acordo com as necessidades dos ensaios realizados nos procedimentos de análise clínica.

Também são definidas as especificações, os métodos de obtenção e os processos de controle de qualidade a serem realizados para manter a qualidade da água nos procedimentos laboratoriais. A água mapeada como de tipo I é a ideal para uso nos laboratórios, por sua aplicação a análises que precisam de pouca interferência e muita precisão nos resultados.

Anvisa – Consulta Pública n. 312 – 2017:

Estabelece a água purificada como indicada para o uso por laboratórios de análises clínicas e aponta suas características, níveis variáveis de contaminação orgânica e bacteriana e cuidados na prevenção de comprometimento químico e microbiológico. Nesse instrumento, também estão apontadas técnicas aplicadas para a obtenção dessa qualidade de água.

Como um laboratório pode garantir a qualidade da água utilizada?

Entre os processos que aplicam tecnologia de purificação para garantir o nível de qualidade da água usada nos laboratórios, um dos mais indicados é a chamada osmose reversa. A partir da utilização de membranas semipermeáveis e com propriedades especiais de remoção de íons, microrganismos e endotoxinas bacterianas, o procedimento remove de 90% a 99% dos contaminantes mais comuns.

Essa e outras técnicas estão a serviço da qualidade da água presente nas análises clínicas. O fundamental é que a opção por determinado equipamento ou técnica de purificação seja baseada nas necessidades específicas e nas aplicações que se fazem necessárias. Uma equação em que precisam ser considerados desde o espaço disponível para os equipamentos até quesitos como a destinação e a quantidade de água utilizada a cada dia.

O mercado tem boas opções que se enquadram a diferentes perfis de laboratórios. O ponto de partida é observar se os equipamentos encaixam-se nos padrões regulatórios, apresentam garantia e cumprem as normas em relação à qualidade da água utilizada. Afinal, o que está em jogo é a assertividade dos resultados e a adequação do laboratório aos padrões de atuação do mercado.

 

linkedin facebook pinterest youtube rss twitter instagram facebook-blank rss-blank linkedin-blank pinterest youtube twitter instagram